Editorial

Hora de olhar para frente

Poucas vezes na história do Brasil houve tanta expectativa com relação ao que sairá das urnas logo mais, a partir das 17h deste domingo. Do mais politizado e bem informado cidadão até aquele que acompanha o mínimo necessário para não permanecer alienado, o pleito está na pauta de praticamente toda a população. Sobretudo na reta final da campanha, ao longo desta semana, cada caminhada pelas ruas com ouvidos mais atentos foi capaz de captar inúmeros diálogos sobre eleição. Comentários sobre pesquisas - crentes ou desconfiados -, repercussão dos debates, discussões contra ou a favor dos candidatos. Sinais de que há uma indisfarçável tensão misturada com ansiedade no ar, um interesse genuíno sobre os destinos do País e do Estado.

É ótimo que haja tamanho envolvimento popular com as eleições. Afinal de contas, há décadas que existe um lugar-comum estabelecido de que os brasileiros não gostam de política e só resolvem dar a devida atenção ao tema em cima da hora de fazer suas escolhas, praticamente no momento de encarar a cabine de votação. Superar esse desinteresse que, de alguma forma, é motivo de ao menos parte dos históricos problemas políticos e sociais não deixa de ser um bom caminho em direção ao destino que queremos, com bons governos e uma democracia cada vez mais forte.

Democracia, aliás, que não depende apenas do comparecimento às urnas, do ato de digitar os números dos candidatos e torcer para que sejam eleitos e coloquem em prática aquilo que se espera deles. Ao mesmo tempo em que este sistema político dá aos cidadãos uma série de direitos fundamentais e inatacáveis, passa a exigir deles também que sejam os principais guardiões da institucionalidade, do cumprimento da lei e, sobretudo, do respeito à escolhas coletivas. No caso de uma eleição, da essencial aceitação dos resultados.

Por todo o Brasil e Rio Grande do Sul, milhões estarão nas ruas no domingo manifestando suas opiniões, preferências e desejos simbolizados em partidos ou candidatos. Por mais que os exemplos vindos de alguns dos concorrentes estejam longe do ideal de uma disputa política sadia, o povo precisa dar o seu recado no sentido oposto a essa animosidade. Aos apoiadores dos eleitos, que seja garantida a alegria e comemoração merecida. Aos adeptos dos derrotados, que se permita a resignação pelo revés. E dos políticos, vencedores e vencidos, são esperadas altivez e compromisso público com os brasileiros e gaúchos ao virarem a página da disputa eleitoral e acenarem para a pacificação e trabalho sério.

Há muitos - e grandes - desafios pela frente. Que não sejam ampliados por sentimentos menores. Que tenhamos todos um bom voto e um ótimo futuro. Na segunda-feira, seremos novamente, e como sempre, um mesmo povo.


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Página virada e muito a ser escrito

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